Tina Andrade "Autorretrato com Alf", Parque Centenário, 14.nov.13 |
Na ensolarada tarde de quinta-feira (14/11/13) tive a honra de receber o jornalista, fotógrafo e, sobretudo, amigo Alf Ribeiro em sua passagem por Mogi das Cruzes. Ele veio para fazer algumas fotos e - muito me agrada dizer - para a sua estreia na "Mesa de Luz" do Fotoclube do Alto Tietê para um bate-papo informal sobre suas premiações, leitura comentada de algumas de suas obras, novas formas de trabalho em fotografia e sobre a sua bem-sucedida trajetória.
Tínhamos pouco tempo, mas o suficiente para dar uma corrida no Parque Centenário. E enquanto ele fotografava eu (é claro que) observava seus movimentos constantes, porém tranquilos. Caminhamos, fotografamos, conversamos e tudo foi muito bom.
Fotografia 0057-0331 da série Flanar Urbano (25 de março) |
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Fotografia 0002-0804 da série Cadeias Produtivas (Algodão) |
Arte de Tina Andrade sobre foto de Jonny Ueda |
É isso mesmo! A fotografia é uma profissão em movimento. Eu não chego a usar a lente fixa, mas me exijo estar em constante movimento."
Essa "movimentação" toda faz com que atualmente se dedique a registrar a mobilidade urbana: - "O Brasil tem um gargalo de transpote muito grande. Esse projeto é um grito eu que dou para dizer 'ó, tem solução!'", desabafa.
Na Mesa de Luz, Alf Ribeiro compartilhou com o coletivo algo impagável sobre sua fotografia - sob aspectos que vão desde a determinação do objetivo até a publicação e gestão de seu respeitável banco de imagens. Sorte de quem estava lá para ouvir e se apropriar de tão valioso conhecimento.
Leia a seguir alguns desses ensinamentos (fotos da autora):
- "Tenha um objetivo" - referindo-se ao fato de não sair por aí fotografando qualquer coisa, mas tudo o que estiver na linha dos seus objetivos;
- "Fotos vendáveis também podem virar ensaios" - é uma forma de dizer que devemos considerar diferentes aplicações para uma mesma imagem;
- "Não gosto de produzir. Tudo que entra na foto é porque estava na cena, era real. " - alegando que "registrar a vida em movimento" também se traduz num estilo.
- "Faço tudo em RAW." - Ele ensinou que o RAW é a maior prova de autenticidade, pois além de preservar o arquivo inalterado, imprime sobre ele o número de série da câmera.
- "Concentro meus trabalhos em um só lugar" - Alf usa uma única conta no Flickr, onde já depositou mais de 5 mil fotos. Obviamente em formato redimensionado e todas com mancha d'água ("já fui muito criticado por isso, mas não abro mão"). A organização também é muito simples: todas as fotos trazem dois números: um corresponde à mídia onde foram gravadas e o outro, é um número simples e sequencial. Ex: 42-11 (foto 42 do disco 11). Além disso, todas as fotos são contextualizadas de forma sintética, clara e bem objetiva: todas trazem a regra clássica de todo jornalista que se preze: "quê, quando, onde, como e com quem".
- Favorite! - Ao acompanhar e eleger os trabalhos outros fotógrafos como seus favoritos, podemos encontrar fontes de inspiração que nos ajudarão a conceber ideias para projetos autorais.
Questionado sobre sua declarada compulsão fotográfica ("eu clico tudo que me interessa"), Alf revelou que, quando viaja, viaja para fotografar e é assim que ele tem prazer nisso: - "me sinto mal se deixo a câmera de lado para tomar uma caipirinha", disse.
O fato é que tudo é fruto de uma escolha e, ao que tudo inndica, ele soube fazer a escolha mais acertada.
Reportagem de Tina Andrade
- jornalista inclusiva e presidente do
Fotoclube do Alto Tietê
www.fotoclubedoaltotiete.art.br